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A importância da vacinação em suínos

As vacinas, de uma maneira geral, consistem em uma forma de prevenção da doença, não havendo o impedimento de uma futura infecção da população, ou seja, da circulação do agente propriamente dito dentro de uma unidade de produção. Portanto, o grande objetivo de um protocolo de vacinação, em qualquer que seja a espécie, é o de desafiar o indivíduo com uma dose controlada de um agente potencialmente patogênico com o objetivo de estimular uma resposta imune no animal vacinado permitindo que ele ative rapidamente o processo humoral e, de maneira efetiva, responda a qualquer desafio de campo. Esta resposta imune pode estar relacionada à imunidade de rebanho, bem como em relação à imunidade de indivíduo, por exemplo em vacinas de imunocastração.

O uso de vacinas na suinocultura como medida preventiva se trata de uma prática visando à redução do uso de tratamentos com antimicrobianos, além da redução do risco de comprometimento no desempenho produtivo com as doenças para as quais foram imunizados. Para a definição do uso ou não de uma vacina devemos avaliar minuciosamente o custo da vacina, custo da vacinação (mão de obra, agulhas, seringas, etc), o resultado financeiro gerado a partir da vacinação com a melhora da qualidade da carcaça, redução de condenações, melhora no ganho de peso, redução no uso de tratamentos terapêuticos, aumento da média de leitões nascidos vivos e número de leitões desmamados/fêmea/ano. Além disso, precisamos contabilizar o custo/prejuízo de um possível surto da enfermidade para o rebanho, especialmente em relação à queda de produtividade ou óbitos.

As vacinas podem conter os agentes vivos ou inativados, líquida, congelada e/ou liofilizada em sua forma de apresentação bem como monovalente, combinada e/ou conjugada. De todas essas definições, na suinocultura as vacinas inativadas, líquidas e monovalentes representam a maioria. Aliado a isso, há a necessidade da utilização de um adjuvante com características específicas em vacinas, permitindo uma boa resposta imune. Além disso, a via de aplicação da vacina mais utilizada em suínos é a injetável, por via intramuscular.

Outra questão de grande importância está relacionada às falhas de vacinação e falhas vacinais, que podem estar, indireta ou diretamente, relacionadas às vacinas, levando a não proteção efetiva dos leitões, fazendo com que eles fiquem susceptíveis a possíveis quadros subclínicos e/ou clínicos dos agentes em desafio.

As vacinas devem ser conservadas em refrigerador exclusivo, com termômetro de temperatura máxima e mínima para verificar se não houve grande variação  de temperatura, o que pode prejudicar a qualidade das mesmas. Em geral, as vacinas devem ser mantidas em temperaturas entre 2 a 8ºC. Por isso, devem ser mantidas no meio do refrigerador e não devem ser colocadas nas portas próximas ao freezer ou na parte inferior. Nas vacinas que contém os microrganismos vivos, o congelamento pode ativá-los. Nas emulsões oleosas de vacinas inativadas ocorre a quebra da emulsão adjuvante e nas vacinas aquosas com adjuvante hidróxido de alumínio, ocorre a dissociação do antígeno que é adsorvido no adjuvante. A elevação das temperaturas também é prejudicial, pois pode destruir os antígenos (inativar antígenos vivos) ou ainda romper a emulsão.  Não é recomendado utilizar a mesma agulha para vacinar e retirar a vacina do frasco, pois assim há grande chance de contaminar todo o frasco e se coloca em risco todas as demais vacinações feitas com o restante daquele frasco.  As vacinas jamais devem ficar expostas ao sol e devem ser transportadas em caixa de isopor com gelo respeitando-se os limites entre 2 e 8ºC.

Outros pontos que devem ser levados em consideração para um bom efeito de vacinação são: uma boa contenção do animal, a utilização de seringas e agulhas adequadas e assepsia do local de aplicação. Isso evita o aparecimento de abscessos e, consequentemente, diminui a reação local e um possível comprometimento da carcaça.

A utilização de vacinas é uma forma barata e clara de prevenção de inúmeros desafios sanitários, auxiliando o bem-estar e contribuindo para um melhor retorno econômico da produção. Entretanto, a definição de quais vacinas utilizar fica a critério do produtor com auxílio direto do médico-veterinário responsável, no intuito de avaliar quais desafios estão presentes e quais são potenciais fontes de risco. Recentemente, devido ao aumento do investimento em tecnologias, estão sendo desenvolvidas outras vias de aplicação e tipos de vacinas que facilitam o manejo, garantindo eficácia e segurança. Com isso, espera-se que o uso de biológicos aumente de maneira expressiva e torne-se cada vez mais relevante, principalmente pelo fato da tendência mundial na redução do uso de antimicrobianos.