Esqueça a forma clássica de coccidiose em leitões
A coccidiose é causada pela ingestão de oocistos de Cystoisospora suis, causa diarreia e possui alta morbidade (Lindsay et al., 2019). Antigamente, a coccidiose era mais comum e afetava mais os leitões durante a primeira e segunda semana de vida. Porém, nos últimos anos tem sido cada vez mais comum observar quadros de infecção em animais mais velhos (Aliaga-Leyton et al., 2011; Hinney et al., 2020). Em fases mais tardias (21-24 dias de vida), a taxa de leitões excretando oocistos chegou próximo a 60% (Aliaga-Leyton et al., 2011; Hinney et al., 2020).
Além disso, a coccidiose pode manifestar sintomatologias distintas. A infecção por C. suis resulta em disbiose entérica (Shrestha et al., 2020), que associada aos danos do epitélio intestinal, além do aumento da secreção de muco, favorece o crescimento e adesão de agentes oportunistas como Escherichia coli e Clostridium perfringes (Collier et al., 2007; Mengel et al., 2012), podendo resultar em quadros clínicos mais severos (Mengel et al., 2012; Petterson et al., 2019).
Ainda, é comum observar quadros subclínicos de coccidiose, isto é, quando ocorre a excreção de oocistos pelos leitões, porém sem que manifestem diarréias. Embora não curse com diarreia, a coccidiose subclínica causa prejuízos econômicos (Maes et al., 2007; Hinney et al., 2021). A aplicação de toltrazuril entre o 3-5° dia pós-nascimento é amplamente utilizada e é considerada a melhor forma de prevenir a coccidiose. Além de controlar a doença, resulta em maior ganho de peso durante a maternidade, resultando em balanço econômico favorável (Maes et al., 2007).
Mesmo com a mudança do quadro clínico ou em sua forma subclínica, a coccidiose segue sendo uma das doenças de maior importância na maternidade. A associação de C. suis com outros agentes oportunistas pode agravar o quadro clínico do animal, mas a utilização de toltrazuril, somado a boas práticas de manejo, limpeza e desinfecção são as ferramentas necessárias para driblar os desafios causados pela coccidiose.
Referências
Aliaga-Leyton, A., Friendship, R., Dewey, C.E., Todd, C., & Peregrine, A.S. (2011). Isospora suis infection and its association with postweaning performance on three southwestern Ontario swine farms. J Swine Health Prod.19(2), 94–99
Collier, C.T., Hofacre, C.L., Payne, A.M., Anderson, D.B, Kaiser, P., Mackie, R.I., & Gaskins, H.R. (2008). Coccidia-induced mucogenesis promotes the onset of necrotic enteritis by supporting Clostridium perfringens growth. Vet Immunol Immunopathol (2008). 122 (1–2), 104–115.
Hinney, B., Cvjetković, V., Espigares, D., Vanhara, J., Waehner, C., Ruttkowski, B., Selista, R., Sperling, D., & Joachim, A. (2020). Cystoisospora suis Control in Europe Is Not Always Effective. Front. Vet. Sci. 7:113.
Karembe, H., Sperling, D., Varinot, N., Magnier, R., Peyrou, M., Guerra, N., Smola, J., Vasek, J., Hinney, B., & Joachim A. (2021). Absorption and Distribution of Toltrazuril and Toltrazuril Sulfone in Plasma, Intestinal Tissues and Content of Piglets after Oral or Intramuscular Administration. Molecules. 26(18):5633.
Lindsay, D., Dubey, J.P., Santin, M. 2019. Coccidia and other Protozoa. Book Chapter. In: Diseases of swine. Zimmerman, J.J., Karriker, L.A., Ramirez, A., Schwartz, K. J., Stevenson, G. W., Zhang, J, 1015-1027.
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Mengel, H., Kruger, M., Kruger, M.U., Westphal, B., Swidsinski, A., Schwarz, S., Mundt, H.C., Dittmar, K., & Daugschies, A. (2012). Necrotic enteritis due to simultaneous infection with Isospora suis and clostridia in newborn piglets and its prevention by early treatment with toltrazuril. Parasitol. 110(4), 1347-1355.
Pettersson, E., Hestad, S., Möttus, I., Skioldebrand, E., Wallgren, P. (2019) Rotavirus and Cystoisospora suis in piglets during the suckling and early post weaning period, in systems with solid floors and age segregated rearing. Porc Health Manag. 5, 7.
Shrestha, A., Metzler-Zebeli, B. U., Karembe, H., Sperling, D., Koger, S., & Joachim, A. (2020). Shifts in the Fecal Microbial Community of Cystoisospora suis Infected Piglets in Response to Toltrazuril. Frontiers in microbiology, 11, 983.
