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Reprodução

Como decifrar problemas relacionados ao processamento de ejaculados vs. problemas relacionados aos reprodutores suínos em uma Central

Um dos melhores meios de discriminar problemas relacionados ao processamento do ejaculado de problemas relacionados aos machos, é a análise das mudanças ao longo do tempo.

Baixa qualidade seminal pode ser resultado de erros durante a coleta e diluição do ejaculado ou pelo manejo inadequado dos machos. O resultado é baixa motilidade, baixa qualidade espermática e ejaculados que não podem ser utilizados na produção de doses. Infelizmente, não existem alterações morfológicas espermáticas que sejam específicas e que possam ser usadas para diferenciar um diagnóstico em tempo real.

Isso torna difícil determinar as causas de baixa qualidade espermática simplesmente avaliando os ejaculados individualmente. Um dos melhores meios de diferenciar problemas relacionados ao processamento do ejaculado de problemas relacionados ao macho, é o estudo das alterações ao longo do tempo. Como a maioria das Centrais possuem sistemas computadorizados, é relativamente fácil avaliar as mudanças que podem ocorrer ao longo do tempo.

O padrão com o qual o espermatozoide se recupera após um período em que apresentou baixa qualidade é determinante para realizar a diferenciação.

A espermatogênese é um processo contínuo, que do seu início até o fim, tem duração aproximada de cinco a sete semanas no macho suíno. Sempre encontraremos células em início de desenvolvimento e células que estão próximas à maturidade, além de células em todos os estágios entre essas duas fases. Quando um macho é submetido à manejos inadequados como estresse pelo calor, doenças, etc., majoritariamente os espermatozoides em desenvolvimento serão afetados e consequentemente, a produção espermática levará ao redor de 5 semanas para retornar ao seu normal após o estresse ser cessado. Porém, isso ainda pode variar de acordo com a severidade do agente estressor.

Em contraste, problemas durante a coleta e a diluição do ejaculado tipicamente não afetam o ejaculado em si. Como resultado, a produção espermática típica retorna ao normal imediatamente ou, ao menos, em um período inferior à cinco semanas – a não ser que o problema se repita de forma contínua. Isso se deve ao fato de que o problema não está afetando ao macho e sim o sêmen após a ejaculação.

A figura abaixo mostra as mudanças relacionadas à produção de espermatozoides nessas duas situações.

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A linha vermelha indica 70% de motilidade a qual é frequentemente usada como um mínimo aceitável para ejaculados. A motilidade foi inferior à 70% durante as semanas antes e de depois de 29 de Julho. Estes são exemplos claros de coletas/diluição de sêmen problemáticas uma vez que a qualidade seminal voltou ao normal dentro de uma semana.

Em contraste, durante a semana anterior a 26 de Agosto, algo afetou o macho, pois a motilidade permaneceu sub ótima (abaixo de 70%) por um período de cinco semanas até a metade de Setembro.