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Especial

Comparando a agricultura do Brasil e Estados Unidos

Por: Felipe Hickmann ([email protected])

Brasil e Estados Unidos são duas grandes potências agrícolas. O grande aumento na produção de grãos no Brasil resultou da incorporação das áreas do cerrado e de outros biomas de transição, com base em novas tecnologias de plantio e cultivo. No entanto, jamais conseguimos contar com uma malha ferroviária abrangente e eficiente que pudesse escoar nossa produção a um custo competitivo. Por sua vez, os americanos resolveram este problema há muitos anos, graças a ação da iniciativa privada. Eu me arriscaria a dizer que esperamos muito do governo, deixando escapar iniciativas que poderiam ser desenvolvidas pelo setor produtivo.

Em relação ao clima, os produtores brasileiros têm a vantagem de poder produzir duas safras por ano. Nos Estados Unidos, o clima não é assim tão favorável, pois o gelo cobre os campos durante grande parte do ano, permitindo somente uma safra anual na maioria das regiões. A área de soja cultivada no Brasil continuará a se expandir nos próximos anos, enquanto que a expansão da área de soja nos Estados Unidos será limitada. É apenas uma questão de tempo até que o Brasil seja considerado o maior produtor de soja do mundo. Esse aumento da produção afetará o preço de outros produtos agrícolas, podendo baratear por exemplo o custo da ração de aves e suínos.

Se eu pudesse resumir as diferenças entre a agricultura brasileira e a agricultura americana em uma palavra, esta palavra seria infraestrutura. O produtor americano usufrui de um eficiente sistema de transporte rodoviário, ferroviário e fluvial. Se o governo brasileiro melhorar a nossa infraestrutura, principalmente no que se refere à armazenagem de grãos e ao escoamento da produção, certamente seremos a maior potência agrícola do mundo. Afinal, investir na agropecuária é uma aposta na interiorização do desenvolvimento, na geração de emprego e renda, no superávit da nossa balança comercial, na nossa prosperidade como nação. Resumindo, somos competitivos dentro da porteira (propriedade rural). Porém, tomamos uma surra quando falamos em infraestrutura e logística (fora da porteira).