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CircoviroseSanidade

O papel dos roedores na transmissão do PCV2 nas granjas brasileiras

O controle de roedores ainda permanece sendo um dos desafios da suinocultura atual. Responsáveis por causar grandes prejuízos nas granjas relacionados a destruição de equipamentos e consumo de ração, os roedores também atuam como reservatórios de doenças como: leptospirose, salmonelose, brucelose, disenteria suína, doença de Aujezky, peste suína clássica e raiva.

Os roedores domésticos Mus muscullus e Rattus rattus, são encontrados com frequência nas granjas brasileiras. A alta disponibilidade de alimento, água e abrigo dificultam o controle desses animais, que podem desafiar, até mesmo, os sistemas de produção mais tecnificados.

Neste contexto, Pinheiro et al., (2012) investigou a infecção natural por PCV2 em camundongos e ratos, com o objetivo de avaliar a relevância desses animais na epidemiologia da circovirose. O vírus foi detectado em macrófagos alveolares dos pulmões, por meio do ensaio de imunohistoquímica (IHQ). As marcações produzidas pela IHQ também foram identificadas nos rins e no baço, mas não foram observadas lesões compatíveis com circovirose nestes órgãos. Os achados estão de acordo com os resultados de Zhai et al., (2016), que detectou o genótipo do PCV2 em tecidos do pulmão, fígado e baço de roedores naturalmente infectados.

Além dos indicativos de infecção viral por IHC, as amostras teciduais também foram avaliadas por PCR. Como os roedores foram capturados diretamente das granjas, os resultados observados sugerem que a infecção foi resultado da eliminação do PCV2 pelos suínos. Adicionalmente, o sequenciamento de genes do PCV2 detectado em ambos os animais (roedores e suínos), indicou semelhança viral entre as espécies. Esse resultado sugere que, possivelmente, o mesmo PCV2 circule entre as populações de suínos e roedores (Pinheiro et al., 2012).

O estudo demonstrou que os roedores de granjas brasileiras são naturalmente infectados pelo PCV2. No entanto, mais estudos são necessários para esclarecer a transmissão do vírus entre roedores e suínos.

Referências

Pinheiro AL, Bulos LH, Onofre TS, de Paula Gabardo M, de Carvalho OV, Fausto MC, et al.  Verification of natural infection of peridomestic rodents by PCV2 on commercial swine farms. Res Vet Sci. (2013) 94:764–8.

Zhai SL, Chen SN, Liu W, Li XP, Deng SF, Wen XH, et al. . Molecular detection and genome characterization of porcine circovirus type 2 in rats captured on commercial swine farms. Arch Virol. (2016)

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