fbpx
CircoviroseSanidade

Vamos falar sobre PCV3?

O circovírus suíno 3 (PCV3) é um vírus emergente, identificado pela primeira vez no ano de 2015 em granjas dos Estados Unidos. Assim como o PCV2, o PCV3 foi associado a diversas condições, incluindo a síndrome da dermatite e nefropatia, infecção multissistêmica, miocardite, tremores congênitos e falhas reprodutivas (mumificação fetal, aumento do número de leitões natimortos, diminuição do tamanho da leitegada, aborto e aumento do intervalo entre o desmame e o cio) (Hess, 2019).

Quando o PCV3 foi identificado, muitos profissionais da indústria suinícola questionaram sua relevância clínica nos rebanhos. Em um estudo conduzido por Arruda et al., (2018), o vírus foi detectado em 22 casos de falha reprodutiva entre os meses de janeiro e novembro de 2018. O PCV3 foi identificado em tecidos fetais por meio da realização de qPCR, que revelou valores de CT muito baixos, sugerindo altas cargas virais nas amostras.

O Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade de Minnesota também tem identificado o vírus, mas utilizando a técnica de hibrididização in situ. Os resultados positivos mostram que o PCV3 pode ser identificado em múltiplos tecidos de leitões com sinais clínicos, sendo que as falhas reprodutivas são os sinais mais evidentes.

Pereira et al., (2019) avaliou amostras de diferentes órgãos, provenientes de leitões que apresentavam, principalmente, sinais clínicos respiratórios. Os animais amostrados eram de diferentes fases de produção, predominando os leitões de creche. O vírus foi detectado nos tecidos de 117 das 337 amostras de animais com sinais respiratórios. A lesão histopatológica mais comum foi a peribronquite histiocitária nos pulmões e a vasculite nos linfonodos mediastinais. Os autores ressaltaram que nem todas as amostras positivas para PCV3 apresentaram lesões histopatológicas. Dentre as principais falhas reprodutivas observadas, destacou-se o aborto, resultado que corrobora com outros trabalhos. O estudo mostrou que o PCV3 pode estar presente em diferentes fases de produção (exceto na maternidade) e em diferentes tecidos.

Novos estudos sobre a patogênese desse vírus emergente são necessários para determinar o seu real impacto na saúde suína.