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Monitoria de abate: Qual sua verdadeira importância?

 Dentro de qualquer tipo de produção animal, as monitorias sanitárias são de grande importância como uma ferramenta de auxílio em diagnósticos e avaliação de como está a dinâmica de infecção de um determinado agente dentro de uma unidade de produção. A suinocultura por ser uma atividade intensiva e com características de avaliação de população, essas monitorias passam a ter um papel ainda mais importante, por permitir que sejam avaliados e identificados possíveis pontos de melhoria e adequações na qualidade sanitária do plantel.

Dentre os diversos tipos de monitorias sanitárias disponíveis, temos a Monitoria de Abate, já com sua metodologia padronizada há anos, e que tem como principal objetivo fornecer informações da situação sanitária da granja analisada, principalmente relacionada à identificação da presença ou não de lesões em menor ou maior grau. Então, qual a verdadeira importância desta monitoria?

Apesar de ser uma técnica subjetiva, pois tem como metodologia uma avaliação observacional através da identificação de lesões macroscópicas, ela traz informações muito interessantes e muito importantes para o Médico Veterinário que está realizando esta avaliação. Isto porque, mesmo que a monitoria de abate seja realizada em determinada situação, sem o técnico ainda não conhecer ou não ter ido recentemente à granja, através dela, já é possível avaliar e inferir quais possíveis agentes possam estar presentes naquele momento.

Além disso, a monitoria de abate é bem ampla, e contempla uma gama de possibilidades, seja através da avaliação de pulmões, cornetos nasais, aparelho geniturinário e TGI. O mais interessante é que ela permite que dentro dessas avaliações realizadas sejam observados outros órgãos associados, como por exemplo, em análises de pulmão, onde aproveitamos o momento para observar o coração, órgão muito importante, pois podemos identificar quadros de pericardites sem acometimento de pulmões e que podem nos trazer algum tipo de informação importante. Além disso, a observação do fígado que nos traz uma ideia sobre a efetividade do programa de vermifugação da granja, e se há algum problema mais específico de algum outro desafio caso este órgão estiver alterado.

Atualmente, a monitoria de abate mais frequentemente realizada é o Índice para Pneumonia (IPP). Através dele é possível observar visualmente os pulmões na linha de abate, e assim determinar qual o grau de lesão deles, e então determinar o quanto de comprometimento respiratório a granja está naquele momento. Importante ressaltar que uma única monitoria apesar de trazer um resultado daquele momento, que não deixa de ser importante, não traz muita informação, pois quando pensamos em monitoria o ideal é que se tenha um histórico, uma frequência. Esta por sua vez, deve ser definida de acordo com a condição de cada granja, mas estima-se que pelo menos duas (2) vezes ao ano é fundamental para que se tenha um registro e se saiba das possíveis variações, mesmo que mais espaçadas. Neste aspecto é muito importante que “os olhos” das pessoas que irão realizar as monitorias estejam e sejam calibrados, para que não haja grande variações de resultados, caso haja a necessidade mais de uma pessoa realizando a monitoria.

Por tudo isso que foi dito acima é que a Monitoria de abate, apesar de subjetiva é uma ferramenta muito importante como fonte de informação para que decisões na granja sejam tomadas com base em informações concretas, definindo o que chamamos de suinocultura de precisão.