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O impacto do diagnóstico na coccidiose

O caráter endêmico da coccidiose, que é causada pelo protozoário Cystoisospora suis, faz com que essa doença seja motivo de preocupação para criadores de suínos de todo o mundo. Essa enfermidade acomete leitões na fase de maternidade, causa diarreia amarelada persistente na leitegada e apresenta  alta morbidade no rebanho. Mesmo com a ampla distribuição do agente nas granjas, a coccidiose ainda é altamente subdimensionada devido aos desafios no seu diagnóstico (Sobestiansky et al. 2012; Taylor, 2013). 

O protozoário pode ser encontrado em cortes histopatológicos ao se analisar seções do intestino de leitões, visualizando suas formas endógenas no interior dos enterócitos. Essa forma de diagnóstico também pode ser feita por esfregaço e impressão da mucosa intestinal. Pelas fezes dos leitões acometidos, a detecção do Cystoisospora suis pode ser feita por inúmeras técnicas que visem identificar os oocistos excretados. Entretanto, o método de contagem de oocistos por grama de fezes (OPG) é o mais rotineiramente utilizado (Lindsay et al., 2019). 

As amostras de fezes para o diagnóstico da coccidiose devem ser coletadas após o período de pré-patência do protozoário, que varia entre 4 a 5 dias. Com isso, amostras de leitões nos primeiros dias de vida não são uma boa escolha para o diagnóstico do C. suis. Alguns fatores são de extrema importância para o sucesso na detecção do C. suis: a quantidade de amostras coletadas em relação ao tamanho do rebanho, a idade dos animais, a técnica de detecção e a obtenção de fezes repetidas vezes do mesmo leitão (Lindsay et al., 2019; Joaquim et al., 2018). 

Devido à intermitência e ao curto período de excreção do parasito nas fezes, o ideal é que sejam realizadas três coletas de fezes no mesmo leitão em dias alternados. Protocolos que realizaram a amostragem nos dias de vida dos leitões 7, 14 e 21 ou 10, 15 e 20 foram capazes de diagnosticar que, pelo menos, metade da leitegada estava infectada pelo Cystoisospora suis (Worliczek et al., 2019; Joaquim et al., 2018). 

Por esses motivos, elevar a sensibilidade no diagnóstico da coccidiose é fundamental para entender a extensão da infecção pelo protozoário no rebanho e direcionar as medidas de prevenção, tratamento e controle da doença.  

Joachim, A., Ruttkowski, B. & Sperling, D. Detection of Cystoisospora suis in faeces of suckling piglets – when and how? A comparison of methods. Porc Health Manag 4, 20 (2018). https://doi.org/10.1186/s40813-018-0097-2

Lindsay, D.S., Dubey, J.P. and Santín‐Durán, M. (2019). Coccidia and Other Protozoa. In Diseases of Swine (eds J.J. Zimmerman, L.A. Karriker, A. Ramirez, K.J. Schwartz, G.W. Stevenson and J. Zhang). https://doi.org/10.1002/9781119350927.ch66

Sobestiansky, J., Barcellos, D. 2012. Doenças dos Suínos. 2 Ed. Cânone Editorial, 959p. 

Taylor, D.J. 2013. Pig Diseases. 9. Ed. Wayment, 430p.

Worliczek HL, Mundt HC, Ruttkowski B, Joachim A. Age, not infection dose, determines the outcome of Isospora suis infections in suckling piglets. Parasitol Res. 2009 Aug;105 Suppl 1:S157-62. doi: 10.1007/s00436-009-1507-9. PMID: 19575237.