Uso de aditivos vs. saúde intestinal
Os aditivos na alimentação animal são compostos utilizados como alternativa ao uso de antibióticos – promotores de crescimento, capazes de melhorar a resposta imune, reduzir a carga de patógenos, estimular o estabelecimento de microrganismos benéficos e melhorar a função digestiva animal (De Lange et al., 2010; Papatsiros & Billinis, 2012). Exemplos de aditivos incluem: acidificantes, minerais, prebióticos, probióticos, pós bióticos, simbióticos, nucleotídeos, enzimas, extratos de plantas, adsorventes, compostos contendo imunoglobulina, entre outros (Kim & Duarte, 2021).
Devido à grande variedade de aditivos e seus respectivos modos de ação, o efeito positivo sobre a saúde intestinal pode ser resultado direto ou indireto de seu consumo. O uso de acidificantes, prebióticos, probióticos e nucleotídeos favorecem o estabelecimento de microrganismos benéficos no intestino, aumentando a digestibilidade de nutrientes e reduzindo a diarréia, além de ajudar no combate aos microrganismos patogênicos (Papatsiros e Billinis, 2012; Van der Aar et al., 2017). Os minerais possuem propriedades antimicrobianas, e os extratos de plantas possuem propriedades antivirais, antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias e atuam na supressão da proliferação de patógenos, alteração da microbiota intestinal e aumento das funções imunológicas (Liu et al., 2018). Já os hidrolisados de proteína melhoram a função de barreira imunológica intestinal e as enzimas alimentares são capazes de eliminar fatores antinutricionais para melhor utilização dos nutrientes, reduzindo a viscosidade da digesta e melhorando sua digestibilidade (Adewole et al., 2016; Vieites et al., 2020; Zheng et al., 2021).
O efeito positivo dos aditivos alimentares na saúde intestinal de suínos parece ser reflexo da modulação da microbiota do trato gastrointestinal, onde se observa um aumento dos microrganismos benéficos e diminuição dos patogênicos. O uso individual ou combinado de aditivos alimentares nas dietas constitui uma estratégia promissora para contornar problemas como a resistência bacteriana e pode proporcionar diversos benefícios para a saúde animal.
Referências
Adewole, D. I., Kim, I. H., & Nyachoti, C. M. (2015). Gut health of pigs: challenge models and response criteria with a critical analysis of the effectiveness of selected feed additives—a review. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences, 29(7), 909-924. Doi: https://doi.org/10.5713/ajas.15.0795
De Lange, C. F. M., Pluske, J., Gong, J., & Nyachoti, C. M. (2010). Strategic use of feed ingredients and feed additives to stimulate gut health and development in young pigs. Livestock Science, 134(1-3), 124-134. Doi: https://doi.org/10.1016/j.livsci.2010.06.117
Kim, S. W., & Duarte, M. E. (2021). Understanding intestinal health in nursery pigs and the relevant nutritional strategies. Animal Bioscience, 34(3), 338. Doi: https://doi.org/10.5713/ab.21.0010
Liu, Y., Espinosa, C. D., Abelilla, J. J., Casas, G. A., Lagos, L. V., Lee, S. A., … & Stein, H. H. (2018). Non-antibiotic feed additives in diets for pigs: A review. Animal nutrition, 4(2), 113-125. Doi: https://doi.org/10.1016/j.aninu.2018.01.007
Papatsiros VG, Billinis C. The prophylactic use of acidifiers as antibacterial agents in swine (2012). In: Antimicrobial agents, Bobbarala V, editors. InTech, Rijeka, Croatia; p. 295e310.
Van der Aar, P. J., Molist, F. V., & Van Der Klis, J. D. (2017). The central role of intestinal health on the effect of feed additives on feed intake in swine and poultry. Animal feed science and technology, 233, 64-75. Doi: https://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2016.07.019
Vieites, F. M., Souza, C. S., Castro, A. C. S., de Melo Júnior, A. M., Ferreira, M. H., Ferreira, S. E., … & Oliveira, G. P. (2020). Aditivos zootécnicos na alimentação de suínos–Revisão de Literatura. Brazilian Journal of Development, 6(7), 45880-45895. Doi: https://doi.org/10.34117/bjdv6n7-276
Zheng, L., Duarte, M. E., Sevarolli Loftus, A., & Kim, S. W. (2021). Intestinal health of pigs upon weaning: Challenges and nutritional intervention. Frontiers in Veterinary Science, 8, 628258. Doi: https://doi.org/10.3389/fvets.2021.628258