Afinal, por que os leitões precisam ser suplementados com ferro?
A anemia ferropriva é caracterizada pela deficiência de ferro no organismo dos leitões, o que resulta em baixa contagem de hemácias e baixa concentração de hemoglobina, além de valores reduzidos de hematócrito, VCM, HCM e CHCM (Szudzik et al., 2018; Sperling et al., 2018). Como consequência, a anemia ferropriva tem grande impacto produtivo, reduzindo o peso ao desmame e o desempenho na fase de creche (Perri et al., 2015; Bhattarai & Nielsen, 2015).
Os leitões são mais susceptíveis a esse tipo de anemia por vários fatores. Como a baixa transferência transplacentária de ferro da matriz para os leitões, fazendo com que, ao nascimento, esses animais possuam baixos estoques de ferro (Svoboda et al., 2005; Szudzik et al., 2018). Ademais, a transferência de ferro via aleitamento é muito baixa (7 mg diário de necessidade vs 1 mg diário fornecido via leite), fato crítico considerando a ocorrência de leitegadas cada vez maiores (Sperling et al., 2018; Moralés et al., 2018; Perri et al., 2015).
O rápido crescimento dos leitões, com consequente expansão do volume sanguíneo, também resulta em um aumento da demanda de ferro (Szudzik et al., 2018). Além disso, o confinamento em pisos de concreto reduz o contato com a terra e consequentemente a absorção de ferro (Moralés et al., 2018).
Para reduzir a incidência de anemia ferropriva em leitões, é necessário realizar uma suplementação exógena. A suplementação de ferro, através da aplicação intramuscular de gleptoferron, resultou em maiores níveis de hemoglobina, hematócrito, VCM e ferritina sérica, reduzindo os quadros de anemia em comparação com o grupo suplementado com ferro dextrano (Sperling et al., 2018). Ademais, o gleptoferron apresenta-se como a fonte de ferro mais eficiente em reduzir os quadros clínicos e subclínicos de anemia devido a sua biodisponibilidade, que é 4.6 vezes maior quando comparado ao dextrano (Morales et al., 2018).
Portanto, a melhor maneira de reduzir a anemia ferropriva no seu plantel, e consequentemente melhorar a performance produtiva dos leitões, é através da suplementação de ferro exógeno, sendo que o gleptoferron é mais eficiente do que outras moléculas disponíveis no mercado.