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A importância do ambiente para o bem-estar animal

Estima-se que em 2050, a população humana deverá ser superior a 9 bilhões, o que se traduzirá em um aumento entre 50% e 60% no consumo de alimentos (FAO, 2009). Com isso, é esperado uma intensificação da pecuária; o mais provável, é que a produção animal explore ainda mais o aumento da produtividade dos seus animais em uma maior proporção que a expansão de territórios. Nesse cenário, as expectativas por parte da sociedade é de que esses animais criados para produção de carne sejam tratados seguindo normas de bem-estar animal (Benjamin & Yik, 2019).

Além de técnicas adequadas de manejo, um ambiente seguro, confortável e enriquecido de acordo com as necessidades comportamentais dos animais, são variáveis que devem ser adotadas na criação desses animais. No caso de suínos, o enriquecimento das instalações é, em geral, feito em geral com adição de palha, brinquedos, objetos para serem manipulados ou com adição de espaço extra (Maia et al., 2013; Broom & Molento, 2004).

A relação entre um ambiente enriquecido e a expressão de comportamentos naturais já foi demonstrado. Beattie et al. (2000), por exemplo, demonstraram que em ambientes enriquecidos o tempo de inatividade e de comportamento agressivo foram reduzidos, enquanto o tempo gasto para o comportamento exploratório foi aumentado. Broom & Molento, 2004, por sua vez, mostraram que comportamentos anormais como canibalismo, automutilação, agressividade excessiva ou apatia podem ser consequência direta de instalações estressantes para os suínos. Para se ter como base, a espécie suína tem como característica serem animais curiosos e exploratórios, e suas atitudes incluem lamber, mastigar e fuçar objetos (Rollin, 1995; Studnitz, 2007; Maia et al., 2011) Em conclusão, garantir um ambiente que permite que os animais expressem seus comportamentos naturais e diminuam estereotipias e comportamentos agressivos é essencial para atingir os objetivos relacionados a bem-estar animal e sustentabilidade na produção de suínos.

Referências
Beattie, V. E., O’connell, N. E., & Moss, B. W. (2000). Influence of environmental enrichment on the behaviour, performance and meat quality of domestic pigs. Livestock production science, 65(1-2), 71-79.

Broom, D. M., & Molento, C. F. M. (2004). Animal welfare: concept and related issues–review. Archives of Veterinary Science, 9(2), 1-11.

de Assis Maia, A. P., Sarubbi, J., Medeiros, B. B. L., & de Moura, D. J. (2013). Environmental enrichment as positive welfare of pigs: a review. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 14(14), 2862-2877.

FAO-Food and Agriculture Organization. (2009). The state of food and agriculture; Livestock in the balance.

Scholten, M. T., De Boer, I. J. M., Gremmen, B., & Lokhorst, C. (2013). Livestock farming with care: towards sustainable production of animal-source food. NJAS: Wageningen Journal of Life Sciences, 66(1), 3-5.

Studnitz, M., Jensen, M. B., & Pedersen, L. J. (2007). Why do pigs root and in what will they root?: A review on the exploratory behaviour of pigs in relation to environmental enrichment. Applied animal behaviour science, 107(3-4), 183-197.

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