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Enterites associadas ao PCV-2

Quando um lote de suínos está com alto percentual de animais com diarreia, você imagina que possa haver associação com circovirose?

Alguns autores sugerem que, a enterite provocada pelo PCV2, seria também uma forma clínica distinta das doenças associadas ao vírus (Kim, 2004).

Uma ferramenta que serve para elucidar isso é a histopatologia, que permite revelar se a doença está associada a forma sistêmica (PCV2-SD) ou a uma infecção local no intestino (PCV2-ED). As lesões microscópicas observadas no quadro de PCV2-ED são restritas ao intestino, no qual detecta-se enterite granulomatosa e depleção de linfócitos nas placas de Peyer. Nessa forma clínica, a depleção linfocitária não é identificada em outros órgãos. Na forma sistêmica da circovirose, há a presença das lesões entéricas, mas diferente do quadro de PCV2-ED, o vírus também é identificado em múltiplos tecidos linfoides (Segalés, 2012).

Contudo, os resultados obtidos por Martínez (2015) mostram que, apesar do PCV2-ED ser uma manifestação possível da doença, ela é pouco frequente no campo. Os transtornos clínicos entéricos estão relacionados, principalmente, à forma sistêmica da circovirose. Nesse quadro clínico, acredita-se que a imunossupressão provocada pelo vírus facilite a coinfecção por outros agentes entéricos, promovendo o desencadeamento da diarreia. Também, a lesão granulomatosa intestinal geralmente causa redução da capacidade absortiva do órgão.

A incidência de enterite granulomatosa associada ao PCV2 deve ser considerada como um diferencial no diagnóstico de diarreias de recria e terminação, principalmente quando o tratamento com antibióticos não for responsivo (Kim, 2004). A utilização das ferramentas diagnósticas, em especial os exames macroscópicos e histopatológicos associado a imunohistoquímica ou PCR podem determinar com eficiência quais são os agentes responsáveis pela diarreia, sendo fundamentais no desenvolvimento de tratamentos específicos.

Em relação ao controle e prevenção das enterites associadas ao PCV2, a vacinação é uma alternativa eficaz, pois diminui a incidência de sinais clínicos e lesões em ambas as apresentações da doença (Martínez, 2015).

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