Método novo para a detecção de um patógeno antigo
Compreender o comportamento do PCV2 no rebanho é fundamental para o desenvolvimento de protocolos eficientes de prevenção e controle das variadas apresentações da doença. Como a transmissão vertical do vírus tem grande importância na manutenção da infecção, é essencial monitorar a viremia e a imunidade proveniente das porcas e marrãs (Frealy et al., 2020).
Neste sentido, a PCR quantitativa (qPCR) tem sido utilizada para detectar o vírus no soro de leitões neonatos e no soro proveniente do cordão umbilical. Com os resultados deste teste, o Médico Veterinário é capaz de avaliar o funcionamento dos protocolos de vacinação e aclimatação das porcas, assim como medir a eficiência dos programas de limpeza e desinfecção, uma vez que o PCV2 é extremamente resistente no ambiente. Essas informações permitem a realização de ajustes conscientes que podem melhorar o status sanitário do rebanho. No entanto, a obtenção de sangue do cordão umbilical e sangue de leitões neonatos é um processo desafiador e dispendioso, exigindo treinamento prévio para ser realizado (Frealy et al., 2020). Neste contexto, amostras biológicas alternativas seriam extremamente interessantes para otimizar a monitorização da infecção por PCV2 nas granjas.
O estudo conduzido por Kapraun et al., (2020) utilizou a qPCR para identificar o PCV2 nos tecidos e fluidos testiculares de leitões castrados e no colostro das fêmeas, com o objetivo de determinar a melhor amostra para a detecção do vírus. O experimento foi realizado em cinco rebanhos diferentes, nos quais foram coletadas amostras de colostro das porcas e tecidos e fluidos testiculares de leitões com 1 a 2 dias de vida. Os resultados revelaram que a detecção de PCV2 foi maior nos tecidos/fluidos testiculares.
Apesar das limitações relacionadas à contaminação ambiental, ambas as amostras podem ser utilizadas para avaliar o status do PCV2 e a transmissão vertical nos rebanhos. Os fluidos e tecidos/testiculares são obtidos após o procedimento de castração dos leitões, portanto, a coleta se encaixa na rotina convencional das granjas e pode ser realizada de maneira frequente.
Frealy, K.; Ertl, J.; Utrera, V. Evaluating the use of processing fuids for sow herd monitoring of porcine circovirus type 2. In: Annual Meeting of American Association of Swine Veterinarians, 2020.
Kapraun, M.; Wedel, K. Utilizing colostrum and processing fluids for monitoring porcine circovirus type 2 on sow farms. In: Annual Meeting of American Association of Swine Veterinarians, 2020.
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