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PCV2: A erradicação é possível?

Não é segredo que a vacinação está entre os principais pilares estratégicos de um controle eficiente de PCV2.

São mais de dez anos desde a introdução da primeira vacina e, ao observar a redução da mortalidade e melhora no desempenho dos animais, não é difícil concluir que essa ferramenta propiciou um “período de ouro” para a suinocultura mundial. Esse enorme sucesso nos induz a pensar se estaríamos perto de uma possível erradicação do agente (Afghah et al., 2016).

Uma vez que a vacinação reduz significativamente os sinais clínicos, os problemas relacionados ao PCV2, atualmente, concentram-se nas infecções subclínicas, coinfecções secundárias e emergências de novas variantes virais (Afghah et al., 2016). Feng (2014) realizou um estudo para avaliar se a vacinação, sozinha, seria suficiente para eliminar o PCV2 do rebanho. Os resultados revelaram que, apesar dos níveis virais se tornarem indetectáveis após a vacinação, o vírus voltou a ser identificado quando a vacinação era suspensa. Com estes resultados, o autor concluiu que a vacinação isolada talvez não seja suficiente para erradicar o PCV2 de um rebanho. Feng destaca a eficiência das vacinas comerciais, sugerindo que a erradicação poderia ser possível utilizando-se um protocolo de vacinação em larga escala. No entanto, ele ressalta a necessidade de mais estudos sobre a proteção alcançada pela vacina.

No contexto atual, outra alternativa para a erradicação do PCV2 seria a criação de zonas livres do vírus. Isso seria possível por meio da introdução de animais soronegativos em um rebanho, associando-se a protocolos de vacinação em massa e medidas de biossegurança eficientes. Pensando-se em uma erradicação em âmbito estadual ou nacional, essas medidas precisariam ser introduzidas progressivamente pelas granjas. O programa também exige a triagem dos animais infectados por meio da realização de testes diagnósticos, assim como a utilização de uma vacina que permita diferenciar suínos vacinados de não vacinados. Embora distante da realidade de muitos rebanhos, a erradicação do PCV2 teria impactos econômicos positivos, além de grandes benefícios para a saúde animal (Afghah et al., 2016).