Ser feliz em um emprego, por mais clichê que isso seja, não depende só do “tamanho” do salário.
Mentalize agora, em 10 segundos, quais os pontos essenciais para te deixar feliz no trabalho…
Eu mentalizei 3 coisas: colegas motivados, líder inspirador e que eu possa morar em um lugar legal (seja por ser perto da praia, perto da família, num país que eu sempre quis morar…).
Isso depende de cada um. A regra do “você tem que sair da zona de conforto” (segundo clichê em menos de 5 minutos) não funciona pra todo mundo.
Mas uma coisa é certa, existem pontos em comum entre muitas pessoas. Pontos que são essenciais para uma pessoa se sentir feliz em seu trabalho. E não é intuição minha, é o resultado de uma pesquisa conduzida pelo Dr. Michael Bush, autor do livro (não por coincidência) A great place to work for all. Todos nós gostaríamos de falar (sendo 100% sincero): “-A empresa que eu faço parte é UM ÓTIMO LUGAR PARA TRABALHAR”
Ah sim, os pontos em comum entre as pessoas. Bem, o primeiro é: Confiança e respeito. Os líderes costumam dizer: “-Confiamos em nossos funcionários; nós os capacitamos”. E quando um deles precisa de um notebook novo (e esse é um exemplo real), 15 pessoas precisam aprovar esse notebook novo. E convenhamos, talvez algo próximo a 15 e-mails, mais 15 níveis de aprovação para um notebook de não muito mais de R$ 1,5 mil? Na verdade, gastou-se mais dinheiro na aprovação do que na compra do notebook. E o funcionário sente que talvez ele não tenha total confiança de “sua empresa”. Isso é frustrante.
Segundo ponto: Justiça. O que corrói a confiança numa organização mais rápido do que qualquer outra coisa é quando os funcionários se sentem tratados injustamente. Eles querem ser tratados igualmente, sem importar a posição, estabilidade, idade, experiência, categoria de trabalho, comparado a qualquer outro. E o que mais rápido nos vem à mente é a famigerada diferença salarial entre homens e mulheres. Felizmente, algumas empresas já detectaram isso em sua folha salarial ao ver que mesmo nível de proficiência mas diferente sexo resultavam em diferente salário. Já era hora.
Terceiro: Escutar. Para ser um ouvinte que se relaciona com todos os tipos de pessoas, temos que desaprender algumas coisas. Todos nós aprendemos sobre escuta ativa e contato visual: um olhar fixo intenso, nunca cruzar os braços, fazer “que sim” com a cabeça, nunca desviar o olhar… Isso não é escutar. Repetir o que a pessoa diz… (essa eu odeio) não é escutar. Agora, ser humilde e sempre buscar a melhor ideia possível, isso é escutar. Os funcionários podem sentir se você está fazendo isso ou não. Querem saber, quando conversam com você e compartilham uma ideia: você a considerou quando tomou uma decisão? A única coisa que todos apreciam e querem quando estão falando é saber se o que dizem é tão importante que você realmente considera mudar de ideia. Caso contrário, para que ter a conversa? E claro, ser sincero tem seu valor. Fingir que escuta, fingir que uma má ideia é boa para “satisfazer o funcionário/colega”, também não é escutar.
Acho que esses três pontos sintetizam bem a definição de “funcionário feliz”. Vejam que em nenhum momento falamos de salário. Sabe por quê? Por que isso é consequência! Empresas com funcionários felizes tem maior crescimento do lucro anual e expressivamente menos turnover. Isso colabora para a possibilidade de oferecer salários maiores.
Eu não quero (por favor), que você peça demissão amanhã, mas espero que considere que não se sentir feliz no trabalho é um sinal, e esta felicidade não depende só de você. Portanto, analise bem aquela proposta que recebeu por e-mail e não dê 100% de prioridade para as cifras $$ que estão no final dele. E mais importante, esqueça o conceito de zona de conforto, mas sim avalie se você está em um ambiente onde confiam em você, há justiça e você é escutado. Se não tem nada disso, bem… saia da “zona de infelicidade”.