Microbiota, nutrição e saúde intestinal de suínos: como esses fatores estão correlacionados?
O estudo acerca da interação saúde e microbiota intestinal sob a performance de suínos é um assunto que tem chamado atenção de pesquisadores (Kim; Duarte, 2021). Entender o que é a microbiota intestinal e como ela funciona é importante para manter os animais saudáveis, tendo em vista que sua modulação pode levar a efeitos imediatos e de longo prazo na saúde dos suínos (Schokker et al., 2015; Jang et al., 2020). Animais com uma microbiota mais fortalecida e variada têm mais resistência a mudanças de ambiente, bem como são mais resistentes a uma série de doenças. Dessa forma, o estabelecimento de uma microbiota robusta e variada logo no início da vida dos suínos é extremamente importante para o desenvolvimento subsequente, visto que a microbiota está relacionada ao desenvolvimento das funções intestinais, bem como do sistema imunológico (Li et al., 2018; Chen et al., 2018).
O intestino dos suínos é colonizado por uma comunidade dinâmica e altamente complexa de microrganismos, composta principalmente por bactérias (Isaacson; Kim, 2012). Estima-se hoje mais de mil bactérias distintas presentes no intestino dos suínos, sendo o padrão da microbiota alterado ao longo do intestino e da mucosa do lúmen em detrimento às diferenças físico-químicas no microambiente (Adhikari et al., 2019).
Essa microbiota intestinal atua como defensora na linha de frente contra patógenos, por exclusão competitiva e modulação do status imunológico, dada a interação direta com as células imunes intestinais (Belkaid; Hand, 2014; Ma et al., 2018). Ademais, é capaz também de metabolizar toxinas presentes nos alimentos e sintetizar vitaminas, que podem ser utilizadas pelo epitélio intestinal (Yang et al., 2016).
Os alimentos e seus componentes nutricionais associados estão entre os principais fatores que afetam o perfil da microbiota intestinal dos suínos (Wang et al., 2019). Neste sentido, entender o funcionamento e como os nutrientes utilizados nas dietas podem afetar o ambiente intestinal se mostra crucial, pois a modulação da microbiota é fundamental para o desenvolvimento de estratégias que promovam respostas aprimoradas às intervenções nutricionais.
Os aditivos alimentares são ferramentas utilizadas para modular a microbiota intestinal. Por definição, aditivos alimentares são substâncias, microrganismos ou produtos adicionados à dieta com o objetivo de atender as necessidades nutricionais, assim como melhorar as características dos produtos empregados na alimentação animal, dos produtos e desempenho de animais sadios (Brasil, 2015). Exemplos de aditivos são probióticos, prebióticos, enzimas, ácidos orgânicos e inorgânicos, ervas, extratos vegetais, dentre outros.
Cada tipo de nutriente e aditivo alimentar irá influenciar de alguma maneira a microbiota intestinal e o sistema imunológico de suínos (Duarte; Kim, 2022). Mas, de uma forma geral, os aditivos alimentares buscam aumentar a resposta imune dos suínos, reduzir as cargas patogênicas no intestino dos animais, estimular o estabelecimento de microrganismos intestinais benéficos, bem como estimular a função digestiva e melhor aproveitamento dos nutrientes.