Os Impactos Econômicos da Salmonelose
A Salmonella tem como reservatório o trato gastrointestinal de animais vertebrados e é uma bactéria endêmica nas granjas, podendo sobreviver durante anos no ambiente (Andres & Davies, 2015; Griffith et al., 2019). Em suínos, este agente pode ou não causar doença, sendo frequente encontrar animais assintomáticos carreadores do patógeno (Andres & Davies, 2015). Mesmo nestes casos, a infecção pela bactéria pode trazer impactos econômicos negativos para o produtor (Farzan & Friendship, 2010).
A Salmonella Typhimurium é o sorovar mais comumente encontrado no mundo e pode causar enterocolite nos leitões, levando a diarreia aquosa e amarelada por 3 a 7 dias, com alta morbidade e baixa mortalidade (Griffith et al., 2019; dos Santos et al., 2019). Outro sorotipo relevante para suinocultura, é a Salmonella Choleraesuis, que causa quadros septicêmicos, de alta mortalidade e baixa morbidade (Fedorka-Cray et al., 2000; Griffith et al., 2019).
Assim, as perdas econômicas geradas pela salmonelose estão associadas com desidratação e queda no consumo, menor eficiência alimentar e redução de crescimento, além das perdas ligadas à mortalidade dos leitões (Andres & Davies, 2015). Além disso, mesmo os animais assintomáticos podem apresentar queda de desempenho e menor ganho de peso (Farzan & Friendship, 2010; Gavin et al., 2018). Vale destacar também que o uso de antibióticos para o tratamento da diarréia aumenta os gastos do produtor e pode até aumentar o risco de disseminação da bactéria (Andres & Davies, 2015).
O controle da infecção nas granjas é um desafio para mitigar os impactos econômicos que ela gera e mesmo um bom programa de biossegurança pode não ser suficiente para controlá-la. O ideal, portanto, é a sua associação com a vacinação dos leitões, conferindo maior proteção, menor excreção de bactérias e menor pressão de infecção (Andres & Davies, 2015; Wales & Davies, 2016).
Considerando a necessidade do produtor de mitigar os prejuízos causados pela Salmonella e adoção de medidas que tenham um bom custo-benefício, o emprego da vacinação aliada a um bom programa de biossegurança, é a estratégia capaz de atingir esses objetivos.