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Óleos essenciais e saúde intestinal

Nos últimos 50 anos, os antibióticos foram amplamente utilizados na produção animal como promotores de crescimento e para controlar desafios entéricos (Cromwell, 2002). Porém, hoje sabe-se que o uso em subdosagens ou o uso exacerbado  pode acelerar o processo de seleção de microrganismos multi-resistentes, diminuir a imunidade dos animais e deixar resíduos em produtos de origem animal e no ambiente (Hershberg R, 2017; Helm et al., 2019). Esses fatores levaram a proibição ou restrição da utilização dos antimicrobianos como promotores de crescimento em vários países (Van et al., 2015).

Por esse motivo, alternativas vêm sendo estudadas para substituir o uso desses compostos na produção animal. Como uma das principais alternativas aos antimicrobianos, surgem os óleos essenciais (OE). Os óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis sintetizados por plantas, que possuem propriedades antimicrobianas, antifúngicas e antivirais (Tiihonen et al., 2010). O uso em dietas para leitões está associado à melhora do desempenho, da digestibilidade de nutrientes, do estado imunológico, do ecossistema intestinal, além de ter propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e imunomoduladoras (Giannenas et al., 2014; Zeng et al., 2015; Moita et al., 2021; Ma et al., 2022).

Trabalhos recentes mostram que os OE modulam a microbiota intestinal em leitões desmamados através da promoção do crescimento de algumas espécies bacterianas benéficas e redução de bactérias nocivas, além de alterar as vias metabólicas de aminoácidos, carboidratos e lipídios. Além disso, o uso de OE está associado a melhora na diarreia e regulação positiva da expressão de genes relacionados à barreira intestinal (Moita et al., 2021; Ma et al., 2022).

Para animais mais velhos os OE também conferem benefícios. Cheng et al. (2018) suplementaram OE em dietas de baixa proteína para suínos de crescimento e terminação e observaram uma mudança benéfica na microbiota intestinal, com o aumento da população de Lactobacillus enquanto havia uma diminuição na população de Escherichia coli. Além disso, foi verificado aumento da capacidade antioxidante total e um aumento das enzimas antioxidantes circulantes, como a T-AOC e GPx, reduzindo assim os danos causados no intestino por espécies reativas de oxigênio.

Os efeitos dos óleos essenciais em suínos podem ser diversos a depender do tipo de OE usado, assim como as condições de estudo, variação na dose fornecida e estratégias de aplicação. Sem dúvida, os OE são substâncias promissoras para o tratamento e profilaxia de desafios entéricos  em suínos e podem ser uma alternativa para melhorar a saúde e o desempenho desses animais.